No território lunar: entendendo o TDAH

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O tema abordado neste artigo ainda é alvo de muitos estudos pois causa muitas dificuldades para os familiares, mas principalmente para os indivíduos que sofrem com TDAH. Não se trata de um diagnóstico fácil por isso pode ser dolorosa a busca pelas respostas que justificam o quadro apresentado. Como descobrir se uma criança, adolescente ou adulto é portador TDAH?

É necessário verificar os sintomas que estão presentes no comportamento diário desse indivíduo, é importante destacar que todo TDAH possui um histórico pessoal, personalidade diferente e estilo de vida particular. Daí os problemas podem ser sempre os mesmos, mas sua expressão vai depender de quem é o indivíduo que possui o transtorno que se caracteriza pela combinação de alguns comportamentos: desatenção, hiperatividade e impulsividade.

Segundo a Associação Psiquiátrica Americana vamos encontrar nos sintomas de desatenção os seguintes sinais: prestar pouca atenção e cometer erros por falta dela; dificuldades de se concentrar (tanto nas tarefas escolares, quanto em jogos e brincadeiras); parecer estar prestando atenção em outras coisas durante uma conversa; dificuldades de seguir as instruções até o fim ou deixar tarefas e deveres sem terminar; dificuldade de se organizar para fazer ou planejar com antecedência; perder objetos necessários para realizar as tarefas ou atividades do dia-a-dia, entre outros.

Entre os sintomas de hiperatividade e impulsividade que podem ocorrer de maneira mais frequente estão: ficar mexendo as mãos e os pés quando sentado ou mexendo muito na cadeira; dificuldade de permanecer sentado em situações em que isso é esperado (sala de aula, jantar etc); correr ou escalar coisas em situações nas quais isto seria inapropriado (em adolescentes e adultos pode se restringir a um sentir-se inquieto por dentro); dificuldades para se manter em atividades de lazer (jogos e brincadeiras) ou em silêncio; permanecer “elétrico” e a “mil por hora”, falar demais; responder perguntas ler até o final, entre outros.

E quais seriam as causas do Transtorno de TDAH? Sabe-se que não existe uma causa única, porém existem diversas evidências que foram acumuladas com as descobertas científicas das últimas décadas. Atualmente já é possível saber da contribuição da genética no transtorno, o que não significa que pelo fato de ser genética, que todo o membro daquela família seja do lado paterno ou materno desenvolvam o TDAH, significa apenas que é mais provável que a incidência do problema é bem maior naquela família do que seria esperado matematicamente pelo acaso.

Normalmente, quem examina uma criança com TDAH frequentemente reconhece a existência do mesmo transtorno ou pelo menos alguns sintomas dele no pai ou na mãe. Contudo a herança genética parece não ser o único fator determinante para o aparecimento do TDAH, mas é de longe o mais importante. Em torno de 90% do TDAH é devido a genética, porém as pesquisas buscam cada vez mais a compreensão das causas. Alguns fatores são considerados importantes como problemas na hora do parto, uso de cigarro e álcool durante a gestação.

O portador de TDAH, devido aos sintomas presente no dia-a-dia, podem apresentar maior incidência no uso de drogas e buscar grupos com os quais possam se identificar. Cabe aos pais, cuidadores e professores observarem comportamento de crianças e adolescentes para que possam auxiliar diante dos conflitos que surgirão e buscar ajuda profissional.

O tratamento na maioria das vezes envolve equipe multidisciplinar. A ludoterapia ou psicoterapia tem como objetivo treino de reabilitação comportamental da atenção, em alguns casos pode haver necessidade de terapia medicamentosa. A psicoterapia vai beneficiar também o portador de TDAH, principalmente quando o indivíduo possui dificuldades para aceitar limites (crianças e adolescentes), respeitar regras ou baixa autoestima (adolescente e adultos). Depressão ou ansiedade importante, ocorrem tanto em adultos quanto crianças e adolescentes que também pode apresentar dificuldades muito significativas de relacionamentos interpessoais, estes mais comuns em adolescentes e adultos.